sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Último Guerreiro dos Xetá

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Minha relação com os índios começa em casa!


Muitos amigos me questionam. Qual a sua relação com a cultura indígena? A relação começa dentro de casa. Sou casado com a jornalista Sandra Terena e pai da pequena Mariana Terena, cujo nome indígena é "Tenó". O avô da Mariana, senhor Florentino Pedro só deu o nome dela quando visitamos a aldeia, em fevereiro deste ano. Esse cocar usado pela Sandra tem grande representatividade. Já foi do Towe, um grande líder Fulni-ô.
Oswaldo Eustáquio Filho

Conceito de Aldeia Urbana

Esse semestre finalizo minha pesquisa sobre a aldeia urbana de Curitiba. Foram dois anos de pesquisa que resultará em um videodocumentário sobre a Kakané Porã. Pedi ao maior indigenista paranaense, Edívio Battistelli, criar um conceito de aldeia urbana. Esse conceito é parte da fundamentação teórica do meu trabalho.

Nesse post, compartilho com vocês o conceito de aldeia urbana, segundo o caríssimo amigo Battistelli.

Aldeamento Urbano, na minha concepção, nada mais é doque "um agupamento de famílias que se declaram e são reconhecidas como indígenas, vivendo em um espaço comum e urbano de terras, interagindo harmoniosamente com outros povos". Diferentemente da especificidade Kakané Porã, existem agrupamentos no Paraná e em outros estados federados, no entanto, não reconhecidos ou assumidos como tais, pelos poderes públicos. As cidades históricamente foram construídas para não índios(estrangeiros). No momento em que este reconhecimento pela alteridade cultural existe, conforme preceitua a Constituição Federal, a presença indígena nas cidades - que se fará acontecer de forma crescente em todas as regiões do país - receberá um trato específico, de assessoramento coletivo às manifestações de suas vontades, no processo de inserção e inclusão social. Os Povos Indígenas representam, aqui, os únicos não inseridos e nem inclusos neste país. Sob esta ótica, Kakané Porã busca a inserção com dignidade e respeito a diversidade,num pleno reconhecimento dos poderes públicos, permitindo assim, a interação e não a integração - esta impositiva, a outra, mais voluntária. Encurralamento, em redomas, em "reservas" ou numa espécie de "zoos humanos", foi a condiçaõ até aqui imposta aos aborígenes brasileiros. Cai por terra as frequentes afirmativas de que lugar de índio é na "reserva", no mato. Para isso, precisamos, sob as visões indígenas e indigenistas,acima dos demais brasileiros, escrever novos caminhos, considerando que todos os espaços se fecharam, a partir das então "reservas", únicos locais onde poderiam viver na condição de índios aos olhos da maioria esmagadoura da sociedade nacional não índia. Resistência cultural, desejos pelo coletivo, vontades de inserções próprias, não foram motivos suficientes, até pouco tempo, para a intervenção dos poderes públicos, onde ainda o reconhecimento inexiste, quanto a presença indígena nas cidades. Procura-se postergar o reconhecimento da realidade porquanto ela gera demandas, dificuldades, há preconceitos, estigmas, para os quais os municípios brasileiros e nem os estados federados, via de regra, estão preparados.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Honra a quem merece honra!

A festa do dia do índio foi um sucesso! Muita alegria, churrasco, salada e refrigerante a vontade. Acredito que Deus olhou do céu e apontou para a Kakané Porã. Só pode. Olha a história: Sexta feira, dia 17 de abril, às 8: 30h da manhã um famoso político deu o cano nos índios e não mandou os refrigerantes para a festa. Havia um ofício protocolodo na Spaipa solicitando refrigerantes desde o início do mês e cinco minutos depois, às 08:35h, meu telefone toca e a telefonista me dissera que não poderiam fazer a doação de refrigerantes por falta de recursos e pelo fato de eu ter feito o pedido com o prazo muito curto. Apenas 20 dias. até aqui, nenhuma novidade. Políticos mentirosos, empresas milionárias sem recursos, enfim, a manutenção do nosso status quo diário.



















Por alguns minutos fiquei abatido. Dobrei os meus joelhos e fiz a seguinte oração: "Senhor Jesus, tú sabes o quanto essa festa é importante para os índios de Kakané Porã. Me ajude a conseguir 250 litros de refrigerante para sábado (o dia seguinte) pela manhã, Amém. Quando terminei a oração, lembrei-me de um versículo que diz: "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus". Duas semanas antes, tinha ido ao churrasco do dia do jornalista. Um belo churrasco com refrigerante da CINI, a vontade. Eureka. Vou ligar para CINI. Busquei na Internet o telefone da CINI. "Alô,´é da CINI? Posso falar no setor de Marketing"? "Sim, só um momento". Minhas mãos estavam suadas quando o funcionário do setor atende a ligação: "Marketing, Jesus falando". Pensei comigo, Jesus, era com você mesmo que eu precisava falar. Não preciso me estender muito para dizer que conseguimos 250 litros de refrigerante da CINI. Um verdadeiro milagre. O que a Spaipa não pode analisar em vinte dias, o marketing da CINI, fez em menos de quatro horas. Vida longa a CINI.

Oswaldo Eustáquio Filho








domingo, 3 de maio de 2009

Afinal, para que serve a FUNAI?

Criada para substituir o SPI - Serviço de Proteção ao Índio, a Funai, teve um papel muito importante para o crescimento demográfico dos povos indígenas do Brasil. Ruim com ela, pior sem ela. É gritante a realildade desse órgão. Hoje, o quadro de funcionários está muito reduzido, o que resulta em um atendimento aquém das necessidades indígenas. Esse problema um concurso público resolveria facilmente, agora a animosidade que alguns funcionários tratam os índios, isso não se resolve do dia para noite. Vou contar um fato comíco, para não chamar de pífio, que aconteceu essa semana.
Quinta feira, 30 de abril de 2008, a pedido do Cacique Carlos, da aldeia Kakané Porã, liguei para a Funai e solicitei um carro para buscar duas caixas pequenas de plantas medicinais que a aldeia ganhara do Ibama. "Alô, é da Funai"? "Sim". "Estou ligando a pedido do Cacique Carlos para que um carro da Funai vá até o Ibama apanhar umas plantas para aldeia urbana de Curitiba". "Amigo, você tem que pedir para o administrador, mas acho que não adianta, não tem ninguém aqui para buscar". "Humm." Nesse momento pensei, será que ele é ninguém? Contei até dez para não ser indelicado com o servidor que me atendeu e desliguei o telefone indignado. Ora, a Funai de Curitiba tem mais de vinte funcionários que estão ali para atender os índios. Peguei meu carro, fui até o Ibama, peguei as plantas e levei à aldeia. Afinal, para que serve a Funai?

Oswaldo Eustáquio Filho