terça-feira, 30 de março de 2010

Documentário quer estimular debate sobre infanticídio nas tribos indígenas

“Quebrando o Silêncio” será lançado nesta quarta-feira (31), em Brasília, e mostra que índios estão mudando de opinião

BRASÍLIA, 30/3/2010 – O documentário “Quebrando o Silêncio”, dirigido pela jornalista e documentarista Sandra Terena, será lançado nesta quarta-feira (31), no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, e mostra histórias de sobreviventes do infanticídio indígena e de famílias que saíram das aldeias para salvar a vida de seus filhos.



O infanticídio ainda é uma prática comum em muitas aldeias indígenas do Brasil. As vítimas são gêmeos, deficientes ou nascidos de relações instáveis, de acordo com a crença de cada aldeia. No entanto, a prática vem sendo cada vez mais contestada pelos próprios índios.



Sandra conversou com cerca de 350 mulheres indígenas durante a apuração para o documentário, e percebeu que a maioria delas é aberta à discussão sobre o abandono do infanticídio. "Foram três anos de pesquisa, com cerca de dez a doze povos indígenas do Alto Xingu e do Amazonas", lembra a documentarista.



Segundo ela, o objetivo do filme é promover o debate sobre o tema entre os indígenas, e não influenciar sua cultura. “Percebemos claramente que muitos são contra. Quando fui ao Xingu, no Mato Grosso, os índios da tribo local falaram que o infanticídio diminuiu e que consideram a prática bastante negativa para a própria cultura indígena. ‘A gente não é bicho’, diziam”, conta a jornalista.



São esperadas 450 pessoas durante o lançamento do filme, entre elas o representante indígena na Organização das Nações Unidas, Marcos Terena, membros de associações indígenas como a Coordenação Nacional das Mulheres Indígenas (Conami), deputados federais, representantes de Direitos Humanos de organizações como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e estudantes universitários.



Este será o primeiro passo para a distribuição e exibição do filme entre os povos indígenas do Brasil. Neste ano, a Atini – Voz pela Vida, instituição parceira do documentário e que desde 2006 trabalha na defesa dos direitos das crianças indígenas, pretende exibir o documentário em mais de 200 aldeias do Brasil, com o intuito de fomentar a discussão dos indígenas sobre os Direitos Humanos.



“Com o documentário, ficou evidenciado que os próprios índios já entendem que essa situação deve ser superada. Nosso objetivo é que, em pouco tempo, não seja mais necessário abrigarmos famílias indígenas com crianças em situação de risco, pois serão criados mecanismos para que estas famílias possam cuidar de suas crianças na própria aldeia”, explica a coordenadora da Atini, Márcia Suzuki.



O filme rendeu à documentarista Sandra Terena – que também é de origem indígena e é presidente da ONG Aldeia Brasil – dois prêmios em 2009: o “Voluntariado Transformador” (na categoria “Reduzir a mortalidade infantil”), promovido pelo Centro de Ação Voluntária de Curitiba; e o “Prêmio Internacional Jovem da Paz” (na categoria “Comunicação”), realizado por diversas instituições, entre elas a Aliança Empreendedora e o Projeto Não-Violência.



Por seu trabalho de apoio às famílias em situação de risco e fomento do debate cultural a respeito do infanticídio indígena, a Atini receberá, na ocasião do lançamento do filme, o Prêmio Aldeia Brasil de Relevância Social.



Serviço:

Evento: Lançamento do documentário “Quebrando o Silêncio”, de Sandra Terena

Data: 31 de março (quarta-feira)

Horário: as atividades relacionadas ao lançamento estão agendadas para o dia todo. Confira a programação abaixo.

Local: Memorial dos Povos Indígenas.

Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, em frente ao Memorial JK – Brasília-DF

Mais informações: (61) 8116-1595 – falar com Rubens ou Oswaldo

3964-7622 - Atini





Programação:



Manhã

09:30 – Abertura do evento

09:40 – Depoimento de Mowaji Suruwahá, que optou por sair da aldeia para tratar a filha Iganani, diagnosticada com paralisia cerebral, em Brasília

09:50 – Fala Lucília Viana, professora com mais de 20 anos de experiência em etno-educação indígena junto ao povo Suruwahá e Parakanã .

10:00 – Fala Kakatsa Kamaiurá, secretário geral da Atini

10:10 – Fala Oswaldo Eustáquio Filho, jornalista, coordenador de comunicação da ONG Aldeia Brasil, militante da luta pela criação da aldeia Kakané Porá, em Curitiba, primeira aldeia indígena urbana do sul do Brasil e produtor de finalização do filme “Quebrando o Silêncio”

10:20 – Exibição do filme Quebrando o Silêncio

10: 55 – Abertura para plenária formada por acadêmicos para discussão sobre o filme e perguntas para a mesa

11:55 – Encerramento das atividades da manhã



Tarde:



14:30 – Abertura das atividades da tarde

14:40 – Depoimento de Anita Ticuna, mãe de gêmeos, professora da aldeia ticuna na região do baixo Amazonas e mestranda em linguística pela UnB

14:50 – Fala de Vanilda Malagutti, professora com 20 anos de experiência na educação indígena

15:00 – Fala Sandra Terena, jornalista e documentarista, presidente da ONG Aldeia Brasil e diretora do filme “Quebrando o Silêncio”

15:10 – Exibição do filme “Quebrando o Silêncio”

15:45 – Abertura para plenária formada por acadêmicos para discussão sobre o filme e perguntas para a mesa

16:45 – Encerramento das atividades da tarde



Noite

19:30 – Abertura e apresentação das autoridades presentes

19:32 – Contextualização infanticídio, realizada pelo líder indígena Kamiru Kamaiurá, com tradução de Kakatsa Kamaiurá

19:42 – Apresentação de dança do povo Kamaiurá

19:52 – Fala de Sandra Terena, sobre a produção do filme “Quebrando o Silêncio”, e entrega do Prêmio Aldeia Brasil de Relevância Social à organização Atini – Voz pela Vida

20:00 – Exibição do filme “Quebrando o Silêncio”

20:35 – Abertura para participação da plenária

21:00 – Encerramento com canto das crianças dos povos Sateré-mwe e Kamaiurá


SOBRE A ATINI – VOZ PELA VIDA – Fundada no ano de 2006, a Atini – Voz pela Vida é uma organização sem fins lucrativos, sediada em Brasília (DF), que atua na defesa do direito das crianças indígenas. É formada por líderes indígenas, antropólogos, linguistas, advogados, religiosos, políticos e educadores. Atini significa “voz” na língua suruwahá. O movimento se inspirou na luta de uma mulher indígena, Muwaji Suruwahá, que levantou sua voz com coragem a favor de sua filha Iganani. A menina tem paralisia cerebral, e por isso estava condenada à morte por envenenamento em sua própria comunidade. Muwaji desafiou a tradição de seu povo e ainda a burocracia do mundo de fora para manter sua filha viva e garantir seu tratamento médico. A missão da entidade é reduzir a mortalidade infantil nas comunidades indígenas, promovendo a conscientização em direitos humanos, fomentando o diálogo intercultural e a educação, e providenciando apoio assistencial para as crianças em situação de risco.



SOBRE A ALDEIA BRASIL – A Organização Não Governamental Aldeia Brasil é uma entidade sem fins lucrativos voltada para a promoção e o desenvolvimento da cultura indígena brasileira por meio de programas nas seguintes áreas: cultura, saúde, educação e conscientização social. A organização Aldeia Brasil atua em diversas aldeias do país, especialmente no estado do Paraná e São Paulo. O objetivo da entidade é desenvolver projetos de geração de renda, sustentabilidade e preservação do meio ambiente nas aldeias indígenas do Paraná e de São Paulo.



SOBRE O DOCUMENTÁRIO “QUEBRANDO O SILÊNCIO” – Finalizado em 2009, o documentário é resultado de anos de pesquisa em conjunto entre a ONG Atini – Voz pela Vida e a jornalista e documentarista Sandra Terena, que dirigiu o filme. O vídeo tem 34 minutos e está disponível na internet por meio do link: http://quebrandoosilencio.blog.br.



Ficha Técnica:



Título: Quebrando o Silêncio.

Ano: 2009.

Direção: Sandra Terena.

Roteiro: Sandra Terena, Oswaldo Eustáquio Filho , André Barbosa e Christina Barbosa.

Produção: André Barbosa.

Narração: Sandra Terena.

Direção de Fotografia: André Barbosa.

Edição: Sandra Terena e Christina Barbosa.

Finalização: André Barbosa.

Imagens Adicionais: Enock Freire.

Imagens da Reunião Parque Xingu: Gustavo Domingos.

Pesquisa: Edson Suzuki.

Apoio Documental: Márcia Suzuki.

Som Direto: André Barbosa e Kakatsa Kamayurá.

Tradutores: Cacique Aritana Yawalapiti (idioma “Yawalapiti”), Francisca Irving (idioma “Jarawara”), Kakatsa Kamayurá e Karatsipa Kamayurá (idioma “Kamayurá”).

Trilha Sonora Original: Marcos Vicente.



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Atini – Voz pela Vida

Relacionamento com a Imprensa





Assessor de Comunicação Responsável

André Marques (andre@nqm.com.br)

(41) 3254-6077 e (41) 9257-3294



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quarta-feira, 24 de março de 2010

A estranha teoria do homicídio sem morte

Gente, antes de colocar o artigo escrito pela linguista Márcia Suzuki, quero usar minha credibilidade junto aos povos indígenas do Paraná e São Paulo, para desmentir um senso comum tido como verdade por autoridades em nosso país.

Como jornalista, não tomo por verdade tudo que ouço, vou checar, checar e checar os fatos. Uma vez me foi dito que o ong Atini, da qual ela, juntamente com seu esposo fazem parte, sequestrava indígenas para levar para a chácara da entidade, usava de proselitismo para pregar o Deus deles.

Fui até lá para checar todos esses fatos. Tudo mentira. Existem sim, indígenas considerados semi isolados pela Funai de tribos como Suruwahá e kamaiurá. Minha esposa, que é indígena conversou com eles nesta chácara. E acreditem, eles estão lá porque a Funasa e a Funai, órgãos que deveriam prestar assistência, se negam a fazer isso. O extremo dessa questão foi a Funai junto com o Ministério Público irem até esta chácara para persuadir uma indígena a voltar para a sua aldeia.

Olha a resposta dela: "Eu vou para a minha aldeia sim, mas quando eu quiser. Nesse momento estou tratando minha filha no hospital. Se vocês quiserem me levar a força eu vou, mas antes mato minha filha aqui, na frente de vocês, porque se eu voltar para a aldeia ela vai morrer lá."


Sobre proselitismo religioso. Olha só, o que vi foi apenas preparações para ensaios de cantos e danças indígenas.

Então, peço aos meus amigos, que são líderes indígenas, procuradores da república, antropólogos, que antes de terem como verdade o senso comum já dito, que façam uma visita até a Atini e conheça o casal Suzuki e a sua filha adotiva Hakani, que foi enterrada viva em sua aldeia.

Sobre o texto logo abaixo, como indigenista e pai de uma indígena do povo terena, acho lamentável um estudo que diz que a criança indígena só é um ser humano a partir do momento que está no colo da mãe. Lamentável e pífia essa idéia. Mesmo os povos mais isolados, não se pode cravar essa informação. Há uma diversidade de povos e linguas indígenas no Brasil. Dizer isso, é ofender os nossos amigos de todos esses povos. No documentário dirigido pela Sandra Terena - www.quebrandoosilencio.blog.br - Paltu Kamayurá, indígena do alto xingu diz: "A criança não é filho do tatu, do porco, é gente"

Oswaldo Eustáquio Filho
Jornalista

Segue o artigo na íntegra

Por Márcia Suzuki

Alguns antropólogos e missionários brasileiros estão defendendo o indefensável. Através de trabalhos acadêmicos revestidos em roupagem de tolerância cultural, eles estão tentando disseminar uma teoria no mínimo racista. A teoria de que para certas sociedades humanas certas crianças não precisariam ser enxergadas como seres humanos. Nestas sociedades, matar essas crianças não envolveria morte, apenas “interdição” de um processo de construção de um ser humano. Mesmo que essa criança já tenha 2, 5 ou 10 anos de idade. Deixe-me explicar melhor. Em qualquer sociedade, a criança precisa passar por certos rituais de socialização. Em muitos lugares do Brasil, a criança é considerada pagã se não passar pelo batismo católico. Ela precisa passar por esse ritual religioso para ser promovida a “gente” e ter acesso à vida eterna. Mais tarde, ela terá que passar por outro ritual, que comemora o fato dela ter sobrevivido ao período mais vulnerável, que é o primeiro ano de vida. A festa de um aninho é um ritual muito importante na socialização da criança. Alguns anos mais tarde ela vai frequentar a escola e vai passar pelo difícil processo de alfabetização. A primeira festinha de formatura, a da classe de alfabetização, é uma celebração da construção dessa pessoinha na sociedade. Nestas sociedades, só a pessoa alfabetizada pode ter esperança de vir a ser funcional. E assim vai. Ela vai passar por um longo processo de “pessoalização”, até se tornar uma pessoa plena em sua sociedade. Esse processo de socialização é normal e acontece em qualquer sociedade humana. As sociedades diferem apenas na definição dos estágios e na forma como a passagem de um estágio para outro é ritualizada. Pois é. Esses antropólogos e missionários estão defendendo a teoria de que, para algumas sociedades, o “ser ainda em construção” poderá ser morto e o fato não deve ser percebido como morte.

Repetindo – caso a “coisa” venha a ser assassinada nesse período, o processo não envolverá morte. Não é possível se matar uma coisa que não é gente. Para estes estudiosos, enterrar viva uma criança que ainda não esteja completamente socializada não envolveria morte. Esse relativismo é racista por não se aplicar universalmente. Estes estudiosos não aplicam esta equação às crianças deles. Ou seja, aquelas nascidas nas grandes cidades, mas que não foram plenamente socializadas (como crianças de rua, bastardas ou deficientes mentais). Essa equação racista só se aplicaria àquelas crianças nascidas na floresta, filhas de pais e mães indígenas. Racismo revestido com um verniz de correção política e tolerância cultural.

Tristemente, o maior defensor desta teoria é um líder católico, um missionário. Segundo ele "O infanticídio, para nós, é crime se houver morte. O aborto, talvez, seja mais próximo dessa prática dos índios, já que essa não mata um ser humano, mas sim, interdita a constituição do ser humano", afirma.” i
Uma antropóloga da UNB, concorda. "Uma criança indígena quando nasce não é uma pessoa. Ela passará por um longo processo de pessoalização para que adquira um nome e, assim, o status de 'pessoa'. Portanto, os raríssimos casos de neonatos que não são inseridos na vida social da comunidade não podem ser descritos e tratados como uma morte, pois não é. Infanticídio, então, nunca".” ii
Mais triste ainda é que esta antropóloga alega ser consultora da UNICEF, tendo sido escolhida para elaborar um relatório sobre a questão do infanticídio nas comunidades indígenas brasileiras iii. Como é que a UNICEF, que tem a tarefa defender os direitos universais das crianças, e que reconhece a vulnerabilidade das crianças indígenas vi, escolheria uma antropóloga com esse perfil para fazer o relatório? Acredito que eles não saibam que sua consultora defende o direito de algumas sociedades humanas de “interditar” crianças ainda não plenamente socializadas. v

O papel da UNICEF deveria ser o de ouvir o grito de socorro dos inúmeros pais e mães indígenas dissidentes, grito este já fartamente documentado pelas próprias organizações indígenas e ONG’s indigenistas vi.

A UNICEF deveria ouvir a voz de homens como Tabata Kuikuro, o cacique indígena xinguano que preferiu abandonar a vida na tribo do que permitir a morte de seus filhos. Segurando seus gêmeos sobreviventes no colo, em um lugar seguro longe da aldeia, ele comenta emocionado:




“Olha prá eles, eles são gente, não são bicho, são meus filhos. Como é que eu poderia deixar matar?” vii


Para esses indígenas, criança é criança e morte é morte. Simples assim.

Repercução sobre fraudes no concurso da Funai

Olha só, a notícia sobre as diversas fraudes e erros no concurso da Funai foi divulgada em um dos principais sites de educação do Brasil, o nota 10.

No espaço para comentários, percebe-se quem em vários locais do Brasil houveram graves problemas.

Segue o link do site
http://www.nota10.com.br/noticia-detalhe/6894_ONG-pedira-em-Curitiba-anulacao-de-concurso-da-Funai

Aqui a notícia na íntegra
Fonte: Portal Nota 10

ONG pedirá em Curitiba anulação de concurso da Funai
Sexta-feira, 19 de Março de 2010
A ONG Aldeia Brasil deve fazer uma denúncia oficial nesta sexta-feira (19) no Ministério Público Federal, em Curitiba, contra a Fundação Nacional do Índio (Funai). O objetivo é pedir a anulação de um concurso público, realizado no último dia 14, em diversas regiões do país.

Segundo o coordenador de comunicação Oswaldo Eustáquio Filho, a ONG recebeu inúmeras reclamações e denúncias de irregularidades ocorridas antes e durante a aplicação dos testes. Dentre elas, pacotes de provas abertos muito antes da aplicação, o que possibilitou acesso de candidatos ao conteúdo.

O coordenador diz ainda que além das provas circularem livremente – fato que ocorreu em Rio Branco, no Acre, no Rio de Janeiro houve falta de energia elétrica e alguns candidatos foram colocados lado a lado, sob luz de velas, para concluírem as questões. Alguns candidatos ainda teriam utilizado equipamentos digitais e eletrônicos, o que não era permitido.

Um dos fatos mais curiosos foi o que envolveu o cadeirante Renan Prestes, de 23 anos. Ele foi posto para fazer a prova em uma sala especial e, com a queda de energia, foi esquecido e não teve condições de entregar o caderno de provas e a folha de respostas para algum fiscal, pois já tinham ido embora.

O concurso era para o cargo de indigenista, com diversos níveis de escolaridade. Estavam inscritos cerca de 100 mil candidatos. As provas foram elaboradas pela empresa Cetro Concursos Públicos e aplicada em 23 cidades de 17 estados. Segundo a Funai o concurso não deve ser cancelado.

“Se o concurso não for cancelado a Funai irá perder ainda mais credibilidade perante a sociedade”, avalia Eustáquio Filho. Ele informa ainda que a ONG reuniu provas para apresentar nesta sexta ao MPF, como da folha de respostas (foto) e depoimentos de Renan Prestes, dentre outras.



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Comente8 comentário(s)
Fiz a prova em palmas-to, aqui também ocorreu alguns fatos curiosos, dentre eles em colegio da capital, candidatos tiveram que pedir ajuda da polícia pra poser adentrar as salas para poder prestar o concurso, pois os fiscais fecharm os portões antes do horário previsto no período matutino. pode um negócio desse! O concurso deverá mesmo ser anulado!

Por: sebastião ferreira - Terça-feira, 23 de Março de 2010 - 18:30

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Fiz a prova em Lábrea- AM , aqui também começou com 10 minutos de atrazo, os fiscais, muito mal preparados por sinal chegaram atrazados !!!! a fiscal que aplicava em minha sala, no periodo da manha , nao avisava o tempo que falatava para o término, fui impedido de preencher o cartao de respostas sob pena de tomarem minha prova. Fico indignado de saber que no RJ as pessoas ficaram depois do tempo preenchendo - EM GRUPO!!!! isso é um absurdo !!!! ifz a prova de indigenista especializado a tarde, a mesma coisa, o fiscal só avisou cinco minutos antes do término da prova, mas como eu estava de relógio fiquei controlando. O celular de um dos presentes na sala tocou e... o fiscal não fez nada!!!! muito bem , se esse concurso não for anulado é brincadeira!

Por: Marcelo Horta Messias Franco - Terça-feira, 23 de Março de 2010 - 16:45

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Aparentemente alguns alunos foram privilegiados em relação aos outros.Ao que me consta,concurso público é para acabar com esses privilégios.Estou indignada e espero que tomem uma providência .

Por: LILIANE FELIPE - Terça-feira, 23 de Março de 2010 - 09:23

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Fiz a prova em Tabatinga - Am, na minha sala a prova começou com 20 minutos de atraso, pois a fiscal disse que a nossa prova deveria começar às 08:30 hs horário local, enquanto que no cartão de confirmação era 08:30 horário Brasília. Fomos prejudicados nas respostas.

Por: Ernesto Neves - Segunda-feira, 22 de Março de 2010 - 23:57

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Fiz a prova no Rio de janeiro e além da falta de energia tive outra surpresa! Entre as provas, que vieram no envelope lacrado e por isso teoricamente deveriam ser para o cargo de indigenista specializado, para o qual estavamos todos prestando, não eram todas iguais! Eu e mais duas pessoas pelo menos, recebemos a prova para agente de indigenismo!!! Erro da cetro que misturou as provas dentro do envelope! É revoltante!!

Por: Marilena Campos - Segunda-feira, 22 de Março de 2010 - 20:57

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Acredito que o concurso público se configura como uma forma democrática de exercitar a cidadania,isto porque o cidadão tem a oportunidade de expor seus conhecimentos,sendo esse o critério primordial para sua aprovação. Por este motivo um certame deve garatir direitos iguais a todos os candidatos,se assim não o fizer esta ferindo os direitos constituicionais garantidos de cada cidadão brasileiro.

Por: Adriana da silva - Sábado, 20 de Março de 2010 - 11:58

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Realizei a prova no Rio de Janeiro e posso confrmar que aconteceram diversas irregularidades, como por exemplo a entrega de provas errada aos candidatos e a identificação do canditato na folha da redação o que é proibido.
Sem dúvida esse concurso deveria ser anulado!

Por: Vitor Mendes Monteiro - Sexta-feira, 19 de Março de 2010 - 15:10

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Torço para que MP cancele esse concurso. Tanta irregularidade põe à prova os concursos públicos que vem acontecendo no país. Os movimentos indígenas deverã se manistar em favor do cancelamento, pois uma entidade como a FUNAI, responsável direta pela promoção das políticas públicas indigenistas, não pode ter uma mancha tão evidente de corrupção. Desejo sorte à ONG.

Por: Maria Marilene Alves Melo - Sexta-feira, 19 de Março de 2010 - 11:58

quinta-feira, 18 de março de 2010

Matéria divulgada na Gazeta do Povo sobre concurso da Funai


Fonte: Gazeta do POvo - Felippe Aníbal

Candidatos que, no domingo (14), prestaram um concurso público promovido pela Fundação Nacional do Índio (Funai) estão denunciando irregularidades na aplicação da prova e pedindo o cancelamento do processo de seleção. A denúncia mais grave diz respeito a um suposto vazamento de prova, que teria ocorrido em Rio Branco (AC). O exame foi aplicado em 23 cidades de 17 estados e mais de 110 mil pessoas se inscreveram no concurso, para disputar vagas dos níveis fundamental, médio e superior.

A ONG Aldeia Brasil, sediada em Curitiba e vinculada a questão indígena, vai pedir a anulação do concurso ao Ministério Público (MP). A organização recebeu mais de uma centena de reclamações e denúncias – a maioria de paranaenses – relacionadas a irregularidades que teriam ocorrido na aplicação das provas. Como os exames não foram realizados no Paraná, os candidatos paranaenses tiveram que se deslocar até Florianópolis (SC), ponto mais próximo onde a prova foi aplicada.
Candidatos fotografados com provas e caderno de resposta, comprovando que equipamentos eletrônicos foram usados

“Se o concurso não for anulado, avaliamos que a credibilidade da Funai pode ser abalada junto a sociedade, o que é muito preocupante”, disse o coordenador de comunicação da Aldeia Brasil, Oswaldo Eustáquio Filho.
As denúncias mais graves estão relacionadas ao suposto vazamento da prova a cargos de ensino superior. De acordo com candidatos que prestaram o concurso em uma escola em Rio Branco, o lote de caderno de questões teria sido aberto e distribuído em sala no período da manhã, na prova para ensino fundamental e médio. Mas o exame para ensino superior só seria realizado à tarde. “A prova circulou por pelo menos 20 minutos na sala, antes que os fiscais percebessem o equívoco. Muita gente teve acesso privilegiado às questões”, observou Eustáquio Filho.
Às escuras



No Rio de Janeiro (RJ), por volta das 18 horas, quando faltavam 15 minutos para acabar o tempo regulamentar da prova, houve um corte no fornecimento de energia elétrica e as salas ficaram às escuras. Os coordenadores do concurso teriam acendido velas e aproximado a carteira dos candidatos, para que concluíssem a prova. Os candidatos teriam usado equipamentos eletrônicos e digitais, o que é proibido pelo edital. Eles chegaram a fotografar o cartão de respostas e o instante em que o exame era realizado à luz de velas.

Um dos candidatos, Renan Prestes (23), viveu uma situação ainda mais inusitada. Por ser cadeirante, ele usou o direito de fazer a prova em uma sala especial, como permitia o edital. Com a queda do fornecimento de energia, ele foi esquecido às escuras no local em que fazia a prova. Ele só conseguiu sair do prédio às 21 horas, quase três horas depois da queda da energia. Como não havia mais fiscais na escola, o candidato não teve a quem entregar o caderno de questões e a folha de respostas. “Em cinco anos de cadeirante, eu nunca me senti numa posição de tamanha impotência e desrespeito. Nunca fui submetido a situações tão sub-humanas”, disse. Prestes informou que já denunciou o caso ao MP e que outros candidatos vão adotar o mesmo caminho.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Cadeirante é esquecido e não pode nem entregar a prova da Funai

Gente, olhe que absurdo, um cadeirante não conseguiu nem entregar a prova do concurso, foi esquecido. Vejam nas palavras dele:

Atrocidades ocorridas durante o concurso para a FUNAI que ocorreu noultimo domingo, realizada na escola estadual Martin Luther King: Aproximadamente às 18:10, portanto faltando 20 minutos para o fim daprova, faltou luz no local devido a problemas relacionados a chuva. Aprimeira orientação do fiscal foi que as pessoas aguardassem nassalas; a segunda foi que as pessoas ligassem seus celulares e assimtentassem terminar a prova; a coordenação percebendo a bizarrice queestava acontecendo, orientou em terceiro lugar que todos desligassemnovamente os celulares e aguardassem... nesse momento a sentido deordem nas salas havia acabado.. as pessoas conversavam e usavam ocelular, até por que esse período durou mais de uma hora... Depois decerto tempo, a organização da prova apareceu com velas e levou todosos candidatos restantes para outra sala afim de que terminassem aprova, o que ocorreu por volta das 9 horas da noite. Quanto a mim em especial, sou cadeirante e solicitei atendimentoespecial, com acréscimo no tempo de prova, local acessível e auxíliode ledor para a transcrição da redação e do cartão resposta.Fui alocado então em uma sala minúscula no térreo do prédio.independente do calor e das condições desfavoráveis, realizava a provacom tranqüilidade devido principalmente ao bom senso das fiscais queestavam comigo. No entanto a falta de luz tornou o continuar da provaimpossível para mim. Aguardei por mais de uma hora dentro da salaescura alguma posição da coordenação local, que não veio em nenhummomento, apesar das tentativas dos fiscais que me acompanhavam, me daralguma posição. Por fim os fiscais acabaram por me liberar, noentanto, sem ter terminado a prova e nem ao menos ter marcado o cartãoresposta. Aguardei ainda por diversas horas no saguão da escada umaposição da coordenação quanto a minha situação. Porem eles nem sederam ao trabalho de aparecer. Dessa forma nem pude entregar a minhaprova para os responsáveis... Renan

Irregularidades grotescas no concurso da Funai



Domingo passado, dia 14 de março foi realizado um concurso público para a Fundação Nacional do Índio (Funai) com vagas para nível fundamental, médio e superior. O concurso, em algumas regiões, foi uma comédia hilária, para não dizer trágica. Teve de tudo, prova em grupo, com direito a luz de vela, festival de celulares e eletrônicos na sala e acreditem! Teve até gente que posou para fato com o gabarito da prova. Não acreditam ainda? Vejam as imagens então. Lamentável.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Dia de vacinação contra a Gripe H1NI na Kakané Porã


Cerca de 150 indígenas da aldeia Kakané Porã foram vacinados nesta sexta-feira,12 de março.

quinta-feira, 11 de março de 2010

festa na aldeia kakane porã

Reunião em Chapecó




Depois de quase 90 dias de sofrimento sem reconhecer a causa indígena, até que enfim foi resovido o nosso problema, em partes. Não era bem o que a gente queria, mas foi o que com muita luta conseguimos. Esperamos que o atendimento da Funai melhore.

terça-feira, 9 de março de 2010

Mito e Cosmologia Indígena

Vou postar essa semana alguns assuntos que estão no edital do concurso da Funai 2010 em conhecimentos específicos sobre a cultura indígena. Sorte a todos.

Mito e Cosmologia

As cosmologias indígenas representam modelos complexos que expressam suas concepções a respeito da origem do Universo e de todas as coisas que existem no mundo. Os mitos, considerados individualmente, descrevem a origem do homem, das relações ecológicas entre animais, plantas e outros elementos da natureza, da origem da agricultura, da metamorfose de seres humanos em animais, da razão de ser de certas relações sociais culturalmente importantes, etc.
Para muitas sociedades indígenas, o cosmos está ordenado em diversas camadas, onde se encontram divindades, fenômenos atmosféricos e geográficos, animais e plantas, montanhas, rios, espíritos de pessoas e animais, ancestrais humanos, entes sobrenaturais benévolos e malévolos.
Cada uma das diversas sociedades indígenas elabora suas próprias explicações a respeito do mundo, dos fenômenos da natureza, dos espíritos, dos seres sobrenaturais e, também, do momento em que surgiram os seus ancestrais. Para exemplificar, apresentamos, resumidamente, o mito de origem dos índios Arara, grupo de língua Karib.
Para eles, quando essa vida ainda não havia começado, existiam somente o céu e a água. Separando-os, uma pequena casca que recobria o céu e servia de assoalho a seus habitantes. Na casca do céu a vida era plena, pois havia de tudo para todos.
A boa humanidade, protegida pela divindade Akuanduba, vivia conforme as coisas básicas da vida: acordar, comer, beber, namorar, dormir. Se alguém cometesse algum excesso, contrariando as normas, a divindade fazia soar uma pequena flauta, chamando a atenção de todos para que se comportassem de acordo com a boa ordem. Fora da casca do céu, existiam coisas ruins, seres atrozes e espíritos maléficos, contra os quais a boa humanidade estava protegida por Akuanduba.
Houve um dia, no entanto, que ocorreu uma grande briga da qual participou muita gente. A divindade fez soar a flauta, mas a multidão teimosa não quis parar de brigar. Nessa confusão, a casca do céu se rompeu, lançando tudo e todos para longe, para dentro da água que envolvia a casca.
Com a queda, todos perderam e todos os velhos e crianças morreram, restando apenas uns poucos homens e mulheres. Dos sobreviventes, alguns foram levados de volta ao céu por pássaros amazônicos, onde se transformaram em estrelas. Os que ficaram foram abandonados pelos pássaros nos pedaços da casca do céu que caíram sobre as águas. Assim, surgiram os Araras que, para se manter afastados das águas, escolheram ocupar o interior da floresta.
Até hoje, os Arara, habitantes do vale dos rios Iriri-Xingu, no Estado do Pará, assobiam chamando as araras quando as vêem voando em bandos por sobre a floresta. Quando pousam no alto das árvores, as araras, por sua vez, observam os índios e, ao notarem o quanto eles cresceram, desistem de levá-los de volta ao céu. Aqui já foram deixados outras vezes e aqui deverão permanecer.
Os Arara, que antes viviam como estrelas, estão agora condenados a viver como gente, tendo que perseguir o alimento de cada dia em meio aos perigos que existem sobre o chão.
Bibliografia
Ramos, Alcida Rita. Sociedades Indígenas. Ática, 1986
Teixeira-Pinto, Márnio. Ieipari - Sacrifício e Vida Social Entre Os Índios Arara. Editora UFPR, 1997.