Ontem, dia 02 de fevereiro, por volta das 22 horas, as lideranças indígenas do estado do Paraná, decidiram desocupar a sede da Funai de Curitiba. Depois de 21 dias de muitas lutas, eles perceberam que o governo federal não quer negociar. Mesmo com notícias nos diversos veículos de imprensa o ministro Tarso Genro não deu nem bola para o pedido de audiência.
As lideranças decidiram mudar as estratégias de luta. Para isso, os caciques resolveram voltar para as suas bases e consultar a comunidade em quais ações tomar a partir de agora.
Uma pena, depois não dá para dizer que os indígenas não tentaram negociar. Dormiram no chão da esplanada dos ministérios, ficaram com mulheres e crianças na Funai de Curitiba e Londrina, se reuniram com representantes do governo do estado, Ministério Público e por mais boa vontade queo governador e os procuradores tenham tido, não conseguiram ter êxito na audiência com o ministro e com o presidente Lula.
Uma comissão formada por membros do ministério público e governo do estado, deve seguir para Brasília para tentar negociar um encontro dos indígenas com o ministro.
Enquanto isso, as lideranças vão ficar nas bases. De acordo com o cacique Valdir dos Santos, da aldeia de Mangueirinha, essa saída da Funai é estratégica para mostrar para os representantes do governo e da sociedade civil que eles tentaram por todos os meios negociar e não conseguiram.
Estou realmente preocupado com o que pode acontecer. O histórico do povo kaingangue mostra que eles não desistem das lutas e vão até onde for necessário para conquistar a vitória. Se a sociedade pagar por isso em algum aspecto, lamentarei profundamente por tragédias que poderiam ser evitadas. O mesmo governo que chegou ao poder sequestrando pessoas, queimando coisas resistiu a uma manifestação pacíficia.
Como jornalista, tenho certeza que cumpri o meu dever de informar a sociedade e o governo. Agora, só posso pedir a Deus que tudo se resolva da melhor maneira.
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