Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - No Brasil o fenômeno da migração indígena para cidades é relativamente recente, mas pode ser cada vez mais percebido, tanto na Região Norte, quanto em estados como São Paulo.
“A maior parte da população indígena ainda vive - e espero que continue vivendo sempre - nos seus territórios tradicionais. Mas as cidades brasileiras estão cada vez mais recebendo povos indígenas”.
A informação é do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto Meira. Ele participou do Fórum Urbano Mundial, que reúne até sexta-feira (26) especialistas, representantes de povos indígenas e de governos de todos os continentes para discutir a presença de índios nas cidades no mundo.
Segundo ele, muitos indígenas procuram as cidades para estudar ou para ter acesso a alguns direitos que só as cidades oferecem.
As consequências disso, segundo constatou o painel do Fórum Urbano Mundial sobre Povos Indígenas nas Cidades, são muitas. Christophe Lalande, da Agência para Habitação das Nações Unidas (ONU-Habitat), disse que o principal desafio desses povos é o direito à moradia.
Segundo a ONU, indígenas acabam deixando suas áreas ancestrais e migram para as cidades por fatores como a invasão de suas terras, guerras ou mesmo a busca por melhores oportunidades. Mas, ao chegar nos novos territórios, encontram dificuldade para se assentar e passam a viver em favelas.
“A garantia do direito à moradia é um dos principais desafios enfrentados pelos povos indígenas que migram para as cidades, mas há também questões importantes, como a educação dos jovens e a violência enfrentada por essas pessoas, no contexto da segurança urbana”, disse Lalande.
Para a ONU, em assentamentos precários e sem segurança adequada, essas pessoas podem ficar à mercê de gangues e do tráfico de pessoas para fins sexuais.
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